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O Programa de Residência Pedagógica é uma das ações que integram a Política Nacional de Formação de Professores e tem por objetivo contribuir para o aperfeiçoamento da formação prática nos cursos de licenciatura, promovendo a imersão do/a licenciado/a na escola de educação básica a partir da segunda metade de seu curso. Essa imersão deve contemplar, entre outras atividades, a regência de sala de aula e a intervenção pedagógica, acompanhadas por um professor da escola com experiência na área de formação do licenciando e orientada por um docente da sua Instituição Formadora. O Programa Residência Pedagógica da UFMS tem como premissa básica o entendimento de que a formação de professores nos cursos de licenciatura deve assegurar aos seus egressos habilidades e competências que lhes permitam realizar um ensino de qualidade nas escolas de educação básica. Para tanto, à frente da coordenação do Residência Pedagógica do campi da UFMS está a Prof.ª  Drª Marta Costa Beck.

No campus de Coxim, o Residência Pedagógica (Letras – Português) é coordenado pelo Prof. Dr. Ivanildo José da Silva e conta com nove acadêmicos: Angélica Cristina, Bianca Valenzuela, Dayane Teodoro, Janaína Fernandes, Lilian Beteto, Magno Bezerra, Marcos Vinicius Leite, Renata Proença e Welerson Junio. A residência desses acadêmicos é desenvolvida na Escola Estadual Padre Nunes, no município de Coxim-MS, com as turmas do ensino fundamental, ensino médio e AJA por meio do WhatsApp em razão da modalidade de ensino remoto no contexto da pandemia da Covid-19. Os residentes estão nos grupos de rede social formados para cada turma no sentido de auxiliar tanto os discentes quanto os docentes na busca ativa do conhecimento e na realização das atividades. Para isso, eles têm livre acesso às APC’s (Atividades Pedagógicas Complementares) de Língua Portuguesa para estudo e posterior explicação, caso seja necessário. Dessa feita, estão constantemente em contato com professores e estudantes, seja através de ligações telefônicas ou mensagens via WhatsApp.

Além destes trabalhos prestados à escola, os residentes realizam estudos todas as terças- feiras por meio de um cronograma pré-estabelecido pela professora preceptora e pelo coordenador do Residência. As atividades abarcam reuniões com a diretora adjunta para esclarecimento a respeito do planejamento escolar, reuniões com a coordenação pedagógica para conhecerem os currículos do Ensino Fundamental e Médio. Também há participação em lives para estudos sobre as Práticas de leitura e escrita na Base Nacional Curricular, debates sobre o Projeto Político Pedagógico da Escola, o Regimento Interno e roda de conversa com a psicóloga da escola para conhecer o Projeto AJA. Além do mais, a cada quinze dias os residentes apresentam planilhas de acompanhamento das atividades realizadas pelos estudantes e elaboram, mensalmente, um relatório contendo todas as ações desenvolvidas e experiências vivenciadas no âmbito escolar.

Durante a estada na escola, os residentes perceberam a necessidade de colaborar com o trabalho dos professores por meio de ferramentas, como o Google Forms (Google formulário), para melhorar o desenvolvimento das atividades escolares e acompanhamento dos estudantes. Conforme o residente Marcos Leite: “nesse tempo pandêmico, essas ferramentas dinamizam o trabalho do professor.” Pensando em contribuir com o fazer docente, os acadêmicos Marcos Leite e Lilian Beteto resolveram dar um apoio aos professores, em conformidade com o coordenador e a com preceptora da residência, idealizaram e realizaram um minicurso para os docentes da escola para o manuseio da plataforma Google Forms com o intuito de auxiliar na elaboração de atividades durante o período emergencial remoto. Entre tantas possibilidades, a ferramenta do Google permite a inserção de imagens e vídeos do youtube nas atividades, auxiliando na elaboração dos exercícios. Outra vantagem da plataforma é que o professor pode atribuir a nota e dar um feedback para as respostas das APC’s. Ainda tem a possibilidade de criar formulário em conjunto com outros professores, ocasionando um trabalho interdisciplinar. O minicurso foi realizado nas quartas e quintas, das 15h às 16h, durante a primeira quinzena do mês de junho. Os professores foram divididos em dois grupos, conforme o nível de conhecimento de tecnologia, a fim de facilitar a prática do minicurso.

Para a diretora-adjunta Justina Souto, a Escola Padre Nunes sempre prezou pela qualidade na aprendizagem dos estudantes. “Neste momento de pandemia, tempos de tantos desafios para o combate às desigualdades educacionais, estar trabalhando em parceria com a UFMS é uma honra, dado o desempenho e atuação dos residentes no âmbito da escola”. Este aperfeiçoamento realizado para os professores com o Google forms é de grande relevância na elaboração das atividades ofertadas pelos professores aos estudantes. A Profª Drª. Veronice Batista, participante do minicurso, também externou os seus agradecimentos: “na atualidade, não podemos falar de ensino-aprendizagem sem o uso das tecnologias, especialmente neste momento pandêmico em que estamos vivendo. O minicurso oferecido pelos residentes da UFMS veio a contribuir muito com nós, professores, da escola Padre Nunes, tornando as nossas aulas muito mais dinâmicas e organizadas”.

Nesse sentido, entende-se que a aprendizagem é “uma via de mão dupla”: de um lado a gratidão dos residentes ao aprender e vivenciar a prática da sala de aula com os professores e, do outro lado, os professores realizados com o minicurso ao transpor os limites e a dinâmica da sala de aula com o uso da tecnologia e, por extensão, adentrar as casas dos alunos da escola. É sob essa perspectiva que o Programa Residência Pedagógica se configura como uma possibilidade de aprender sempre e cumprir com sua essência que é a aprendizagem e o aperfeiçoamento docente ao entender que, de acordo com Guimarães Rosa, “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”.